Movimento de translação iniciado - Parte 2

quarta-feira, outubro 21, 2015

Uma ideia era preparar o leitor, instigá-lo a conhecer as meninas, inicialmente oferecendo a ele literatura que contemplasse o momento posterior ao final de Sem Palavras – uma continuação que se antecipa ao conteúdo principal, uma narrativa contada fora da ordem cronológica e construída em tempo real, fiel às origens metodológicas da escrita da história de Nega & Lilu.

Até fevereiro de 2011, alimentei o blog com pequena quantidade de conteúdo não publicizado, convidando sete bons amigos à leitura e recomendei: fiquem à vontade para me destruir. Mas nenhum deles costuma seguir meus conselhos e fiquei sem feedbacks críticos. Havia, no entanto, o silêncio como incentivo. Por isso, e por tantas outras coisas, sou grata a Ana Maria de Moraes, Daniel Christino, Giovanna Schittini, Patrícia Gil (Pagu), Rodrigo Oliveira, Rute Guedes e Salvio Juliano.

A releitura do primeiro post do blog, chamado A explosão da obra, não deixa dúvida de que, no princípio, havia a busca de rumos, mas uma impressionante visão de metas já se fazia presente.

Interessante notar que, naquele momento, havia indefinição acerca da autoria e transbordamento do real para o imaginário. Como o post inaugural é dirigido à Lilu, quem escreve é a Nega. No entanto, a ação que ali se anuncia não tem uma personagem de ficção como protagonista. A identidade desse narrador não se define imediatamente. Para que isso acontecesse, foi necessário experimentação e autoconfiança também.

Como escrever sempre foi correr risco de não se ter nada a dizer, a primeira crise criativa paralisa a produção do blog em 11 de janeiro, ou seja, na segunda semana de atividades. Na ocasião, eu sentia insuficiência de provocação para a escrita.

No dia seguinte, fica claro pra mim que o projeto não tem a Literatura como única base de sustentação e começa o esboço mental do Projeto Esfinge. Este momento crucial para a obra está registrado no texto Mensagem na Garrafa, que assume fragilidade ao mesmo tempo em que me fortalece e me impele a continuar buscando novas trilhas.




Visão inaugural do campo de atuação do Coletivo Esfinge (ainda Projeto Esfinge).


(continua)

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